BRASÍLIA - Ô, PORKETA!

06/10/2012 13:58
Às vezes fico meio nostálgico e gosto de escrever sobre as minhas comidas preferidas. Assim foi com o cachorro quente do Geneal!
Hoje fiquei com vontade de comer sanduíche de pernil e a minha memória retrocedeu a anos que não voltam mais para escrever sobre outra das minhas paixões!
O primeiro lugar que me recordo é o Bar do Araujo - Rua da Alfândega, 73, RJ - que fazia me deslocar de onde eu estivesse para comer o fantástico sanduíche, sempre em pé, de terno e gravata e, na maioria das vezes, sob um calor de 40 graus, sempre acompanhado de uma Coca-Cola ou de um chopp ( o cuidado era para não pingar molho na gravata). Não sei se ainda está por lá ... acho que sim! O sanduiche era cortado com "aquela" faca de lâmina gasta pelo tempo que o fatiava de forma esplêndida. O "pernilzão" ficava exposto numa pequena vitrine com sua crosta pururucada e tinha como coadjuvante o "presuntão" coberto de farinha de rosca ... boas lembranças!!!
Voltando no tempo um pouco mais, não posso deixar de mencionar o famoso sanduíche de pernil com abacaxi do Cervantes na Barata Ribeiro, 7 - Copacabana, sempre num pão francês extremamente macio e crocante. Um pouco da mostarda escura Hemmer, de Blumenau, acompanhado de um, ou vários, chopps estupidamente gelados fazia a minha alegria! De quebra ainda podíamos encontrar os artistas de teatros, cantores e boêmios do Rio por ali.
O Opus, na Gonçalves Dias 80, um pequeno bar (ou é uma lanchonete?) inaugurado nos anos 70, também merece destaque apesar de não ser muito badalado. Sabe aquele bar que "fica na dele"? De repente muita gente vai lá e nem sabe a sua história .... Tocado pelo descendente do seu fundador - o Agamenon - há duas décadas, oferece com a sua simpatia, o genuíno sanduba de pernil carioca. Faz sucesso também o de carne assada com molho, mas isso será matéria de outro post.
Fotos de André Nogal.
Aos poucos vou revelando as minhas preferências que nem sempre recaem sobre as cozinhas estreladas dos grandes chefs!
Aonde a minha memória alcança são (eram) esses os meus preferidos!
O Jobi e o Bracarense, no Leblon, e o cachorro quente de linguiça fininha, sempre com o molho acebolado da "vitrine", acompanhado de uma empadinha de camarão e um chopp, do Café Gaúcho  - na São José, 86, em frente ao "buraco do Lume", também já fizeram "a minha cabeça" várias vezes (foto dehttps://marigermani.wordpress.com/2010/06/30/cafe-gaucho/)
As lembranças são muitas e quando tenho muita saudade me arrisco a preparar o meu próprio sanduíche de pernil...
Mas tudo isso para escrever sobre o Ô, Porketa! , inaugurado recentemente na 201 Sul, aonde era o Dona Lenha. Chef Paulo Mello, à frente, nada melhor para montar uma sanduicheria onde os pães são feitos lá e os recheios atraem pelos sabores e temperos oferecidos. 
Para acompanhar, sucos naturais, vitaminas e açaís ( eu preferi uma Terezópolis!).
A casa se propõe a oferecer diversos tipos de sanduíches entre eles a porchetta, que é a costela lateral do porco desossada e temperada com ervas. Outras opções são o peru, carne assada, presunto tender e linguiça caseira. Você pode combinar com dois complementos: molho do próprio assado, queijo, cebola roxa, abacaxi assado e tomate sem pele assado.

 

“Nosso projeto é norteado pela sustentabilidade. Na parte de alimentação, a ideia é fazer tudo aqui, da forma mais natural possível, e com ingredientes comprados de pequenos produtores locais, quando acessíveis. Usamos poucos pasteurizados. O tender e a linguiça são de fabricação própria, assim como os pães. Também temos preocupação com o destino do lixo e privilegiamos materiais reciclados”, conta Paulo.
O porco utilizado no carro-chefe da casa, o sanduíche de porketa, vem de uma fazenda familiar, próxima a Unaí (MG), tendo somente a ração como principal alimento.
O destaque também fica por conta do açaí, com o fruto vindo de Belém (PA), que passa por processo de branqueamento e não de pasteurização, o que preserva mais propriedades nutritivas da fruta.
Pedi o Porketa pururucado sem acompanhamento, somente com limão. Bem feito, recém saído do forno depois de uma pequena espera, o que é natural para uma casa recém aberta. Pessoal simpático num local dominado pelo porco amarelo gigante que toma conta de tudo.

 

 
Só tenho que perder a mania de comparar os locais de Brasília com os do Rio ou São Paulo!
Vou dar um tempo e voltar lá para comer os sanduiches de carne assada e linguiça ....
Ô, Porketa! 201 Sul, Bl. A, Lj. 1; (61) 3323-1547.